Projeto Mi Ciudad, Málaga 2013
Construção por etapas de um desenho
O projeto Mi ciudad
O desenho é uma criação no âmbito do projeto Mi Ciudad que reúne quatro cidades europeias: Toulouse e as autarquias do agrupamento “Toulouse métropole”, Malaga, Villanova de Gay e Burgos. Essas quatro cidades associaram-se a fim de imaginar soluções para adaptar a cidade ao aquecimento global. Quatro domínios de reflexão foram identificados :
O desenho
Ilustra as modificações por que passou a cidade para que fique mais preparada perante as mudanças do clima.
Trata-se do último desenho de uma série de cinco (cf. desenhos anteriores). Cada um representa sempre a mesma cidade com evoluções diferentes (densificação, retrocessos, planeamentos novos).
O desenho criado para o projeto Mi Ciudad provém diretamente do desenho n°4 da série. Trata-se de uma cidade adaptada às mudanças do clima. Os jardins ganham espaço, os transportes públicos e as energias renováveis tornam-se cada vez mais importantes. Desenho n°4
A requalificação da cidade é feita para os moradores com espaços amplos para se juntarem ou jardins mais agradáveis para encontros. Reapropriam-se a cidade através de operações de requalificação urbana tais como espaços de lazer e recreio, hortas partilhadas e espaços aquáticos, caminhos pedonais e cicláveis que se tornam elementos estruturantes.
Detalhes do desenho
O ponto de partida no traçado desse novo desenho é o traçado n° 4 da série. É desta cidade que provém o desenho por vir. Trata-se de uma cidade básica, com um casco antigo caracterizado pelas suas ruas estreitas e o seu património arquitetónico preservado. Tem avenidas para a circulação automóvel, uma estação de comboios e vias-férreas que a sulcam, equipamentos públicos (teatro, tribunal, escolas, câmara municipal, museu). A sua arquitetura é variada, rica de um património antigo ao qual se misturam prédios recentes. Por trás do castelo, uma urbanização moderna impôs-se com uma torre habitacional, prédios e um centro comercial. O tecido urbano é também muito diversificado, com uma rede de ruas antigas, largos e espaços abertos aos quais se juntam ruas mais recentes com traçados retilíneos.
A ideia geral desse trabalho, foi de respeitar e valorizar o património arquitetónico e histórico dessa cidade, dar espaço no tecido urbano antigo a modos de deslocamento suaves (pedestre, ciclável), instalar numa grande parte das casas e prédios equipamentos para produzir energias renováveis ou instalações para jardins verticais nas fachadas e nos terraços. Por fim, a criação de linhas de elétricos e autocarros em vias reservadas permitem percorrer o centro da cidade cujo acesso é condicionado para os automóveis.
Primeira fase
Vista geral. Desenho à mesa de luz. Sobreposição de uma folha em cima do desenho n° 4 da série. Primeiros traçados para a instalação dos marcos. Algumas escolhas de importância já estão feitas, como as linhas do elétrico(), o desaparecimento do parque de estacionamento com a torre ao lado da estação, e os 3 prédios junto da torre central logo acima das antigas fortificações da cidade(
). O esboço de um canal que penetra pelas ruas da cidade aparece no topo direito da página(
).
Energias renováveis
Detalhe – Telhados favoravelmente orientados levam painéis solares. Turbinas eólicas urbanas também são instaladas nos telhados e terraços (cf. ). As varandas, telhados e terraços são investidos de modo a se tornarem verdadeiros jardins suspensos. Novos terraços são construídos para substituir os telhados tradicionais. Por fim, muros verdes são instalados nos prédios.
exemplo de turbina eólica urbana : árvore
exemplo de turbina eólica urbana vertical
exemplo de turbina eólica urbana horizontal
exemplo de turbina eólica urbana circular
Jardins urbanos
Detalhe – Um jardim público suspenso foi criado no terraço de um prédio logo mais à frente do largo central. Caminhos, bancos permitem usufruir desse espaço. O acesso dá-se por escadas e um elevador.
Uma rede de transportes públicos
Detalhe – requalificação da zona à volta da estação:
Além do antigo parque de estacionamento, a avenida e casas em frente foram suprimidas. Deixaram lugar a um espaço público aberto e livre de circulação automóvel. A linha de elétrico inicialmente prevista nesse espaço (pontilhado) foi transferida. Fica agora nas obras que foram feitas por cima da via-férrea(
). A própria estação é também coberta. Uma piscina e um espaço ajardinado para o lazer fazem com que a abóbada desapareça. O seu relevo dá lugar a uma colina artificial(
).
Novos imóveis aparecem por cima das vias-férreas. Respondem às novas normas de qualidade e meio ambiente. Levam painéis solares, cortinas vegetais, estufas, persianas verdes que dão sombra.
A circulação automóvel é condicionada no largo em frente da estação. É direcionada para a parte de trás, numa nova avenida paralela às vias-férreas(). Uma rua transversal permite ligar essa via à avenida histórica (pontilhados
).
Por cima da via-férrea
A estação é coberta por um espaço verde e uma piscina(). Esse novo jardim atravessa uma nova via de circulação automóvel. Pinheiros mansos e outras árvores são plantados no jardim. Este ultrapassa o espaço público e torna os terraços do prédio vizinho acessíveis. Escadarias são construídas.
Novas arquiteturas são construídas por cima das vias-férreas. Deixam passar luz graças às vidraças que servem de estufa(). Uma linha de elétrico passa pelos prédios. Na interceção de duas linhas são criadas paragens. Passarelas permitem ligar os imóveis. Uma latada é instalada por cima de um passeio construído por cima da via-férrea. Trata-se de uma pista para peões e bicicletas(
).
A amarelo fica a única casa do bairro depois das demolições. É também um marco da cidade em evolução; com efeito, aparece praticamente em cada desenho da séria “Assagi”, no mesmo sítio em cada um deles.
q
Reapropriar-se os espaços de lazer e jardins
Pormenor – O espaço deixado livre pela supressão das avenidas e das casas deixa lugar a um parque. Diversas zonas estruturam-no: pomares e hortas partilhadas ()pelos habitantes. Um labirinto de buxo(
), um jardim de rosas, uma vinha(
), um parque infantil(
) e relvados dão vida a um espaço outrora alcatroado e reservado à circulação automóvel.
O revestimento do telhado do castelo foi suprimido e substituído por painéis solares. São rotativos e orientáveis segundo a posição solar. A fachada do edifício é revestida por elementos vegetais. Ao pé do largo foi criado uma fonte com repuxos. Seguem as linhas da renovação do largo.
Os antigos fossos do castelo são alagados de novo(). Repuxos serão criados ao pé de uma das torres. A nova fonte fica no centro desse novo espaço pedonal.
Torre e arredores
Pormenor – Da requalificação contemporânea já realizada, a torre foi o único elemento arquitetônico a ter sido preservado e restaurado. Varandas, painéis solares, muros vegetalizados dão uma vida nova a esse símbolo da cidade. No sopé, um jardim foi criado(). Estende-se por relevos artificiais. Escorregas seguem as curvas das colinas.
A câmara municipal foi reformada com terraços, telhados vegetais, vidraças e telas gigantes().
Surgem parques de lazer().
Um jardim público é aberto no meio de umas casas. Destrui-se uma casa, abriu-se uma passagem para a rua para o tornar acessível(). A linha do elétrico passa pelo antigo tecido urbano(
).
Nalguns espaços, um canal leva água às ruas().
O desenho é finalizado
Os habitantes deslocam-se na cidade